O ano do turismo sustentável

O ANO DO TURISMO SUSTENTÁVEL

Olha que notícia boa pra começar o ano: 2017 será o ano internacional do turismo sustentável para o desenvolvimento.

A ONU declarou esta ação destacando “a importância do turismo internacional e, em particular, a designação de um ano internacional de turismo sustentável para o desenvolvimento, para promover uma melhor compreensão entre os povos em todo o mundo, levando a uma maior conscientização sobre o rico patrimônio das diversas civilizações” (retirado do site da ONU). A Organização Mundial do Turismo, OMT, será o órgão que irá liderar esta iniciativa.

Para mim, está é uma notícia imensamente celebrada. Desde quando eu estava cursando a faculdade de Turismo, na UNESP, em meados dos anos 2000, me recordo de como este assunto era falado e gera contradições. Sustentabilidade é sempre polêmico, pois infelizmente, ainda vemos muito discurso bonito e com bastante incoerência em ações, contudo, sempre acreditei que, independente disso, a importância de se buscar a prática de atitudes mais sustentáveis eram válidas e favoráveis, já que minimizar o impacto é sempre melhor do que não fazer nada, não é mesmo?

Um dos motivos que escolhi estudar turismo, foi pelo foco em Meio Ambiente e Sustentabilidade que o curso da UNESP oferecia, enquanto os demais cursos universitários davam maior ênfase a gestão e planejamento (que não me atraiam). Ter uma grade curricular majoritariamente voltada para estes dois temas acima, me motivaram muito e a só fez aumentar meu interesse e engajamento em projetos relacionados. Foi dessa época que conheci instituições como WWF e SOS Mata Atlântica e desejei ser estagiária de lá, foi ainda neste tempo que me voluntariei para projetos de educação ambiental e conscientização com população local na cidade universitária onde morei, quando entendi o imenso impacto ambiental que esta cidade havia sofrido com a construção de uma usina, que afetou diretamente o turismo local, as comunidades ribeirinhas e toda população. Estávamos numa área de proteção ambiental e isso não foi suficiente para barrar as obras, infelizmente. O impacto foi imenso.

Enfim, foi o turismo que me despertou para as causas ambientais e para o entendimento do que é sustentabilidade (econômica, ambiental, social, etc), foi o turismo que me fez conhecer comunidades tradicionais, ter contato com ribeirinhos e indígenas, foi no turismo que aprendi sobre compostagem, reciclagem e cooperação, foi no turismo que comecei a trabalhar com voluntariado e educação não formal, foi o turismo que me levou para vilarejos, para trilhas, para monumentos com um olhar mais conscientes e cuidadoso  em relação ao ambiente ao meu redor, que está fora de mim, mas é parte de mim, foi também o turismo que me sensibilizou para causas humanitárias quando me apresentando para o mundo, me fez descobrir que ele é bem menor do que parece e que estamos todos interligados, que o problema lá do outro lado precisa da minha ajuda aqui sim, porque um dia também podemos precisar deles. Foi o turismo que me abriu as portas e as janelas para viver os meus sonhos e para encontrar na educação o meu propósito de apoiar crianças e jovens a se desenvolverem de maneira integral e conscientes de seu papel por um mundo mais justo, sustentável e amoroso.

Eu vivi e vivo o poder do turismo de transformar nossa visão de mundo e, por isso, ter um ano dedicado a ações que irão impulsionar relações sustentáveis, valorizando culturas, respeitando os diferentes povos e preservando patrimônios, quebra barreiras e construindo muros, isso me gera felicidade demais e eu continuarei empenhada para fazer parte dessa história e das ações que irão deixar o nosso mundo um tanto quanto melhor.

Se você gostou dessa notícia e desse pedacinho da minha história, compartilha e aproveite para realizar um turismo consciente por onde estiver.

Abraço, Marina

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